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III Congreso Internacional Historia a Debate Santiago de Compostela

III Congreso Internacional Historia a Debate
Santiago de Compostela, 14-18 de julio de 2004


Memoria histórica activa


TEMA IV.5. MEMORIA HISTÓRICA ACTIVA

Memória activa e transformação social ­ o lugar da educação

Justino Magalhães
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Universidade de Lisboa

Ciência da memória, a história é também um exercício da relação entre permanência e mudança, plasmada no lento e complexo devir temporal ­ uma narrativa da tecitura de tempos e de fragmentos do material, do experiencial e do simbólico, que as vidas humanas urdem na intemporal invenção dos seus quotidianos.

Processo e fim, a educação constitui, nos planos social, individual, institucional, e nas suas diferentes modalidades, uma preocupação, um

desafio e um instrumento de humanização, singularização, projecção, mas também de desenvolvimento, integração, reconhecimento, consolidação e continuidade. Deste modo, poder-se-á perguntar se falar de educação formal não é falar de evolução e de progresso, em constante tensão e ruptura com o passado e evoluindo de forma progressiva para uma flexibilização e uma subjectivação de saberes, saberes-fazer, axiologias e atitudes, perspectivadas, seleccionadas e institucionalizadas, sob a forma (a estrutura) de cultura escolar, actualizada, transmitida e universalizada na modalidade de conteúdos e de práticas pedagógicas e didácticas, como condição mínima necessária à inclusão, participação e acção dos sujeitos, na sociedade contemporânea? Com efeito, enquanto construção historiográfica, na sua evolução, a cultura escolar não deixa de inscrever-se nos grandes quadros do tradicionalismo, do classicismo, do modernismo, do pós-modernismo.

Na sua complexidade, a história da educação tem vindo a evoluir através de uma tensão entre a síntese e o alargamento a novas dimensões e

problemáticas, beneficiando de um rigoroso exercício meta-historiográfico associado à construção/ invenção de novos objectos científicos, além e aquém do seu referente tradicional ­ o estado-nação.

Uma das linhas de orientação fundamentais da história da educação, enquanto domínio científico e disciplina curricular, é conhecer e dar a conhecer essa tradição sócio-cultural de base e demonstrar que ela corresponde a um núcleo cultural duro, constituído por saberes teóricos e práticos (tecnologias, metodologias, normativos vários, axiologias, experiências, histórias de vida, hagiografias) cujo principal objectivo é constituir-se na narrativa e no referente educacional e formativo social e institucionalmente legitimados. Mas ao privilegiar esta centralidade, não tenderá a própria história da educação a constituir-se como uma vulgata, composta pela tradição e pelo cânone pedagógico, correspondendo, em última instância, a uma história oficiosa da educação?

É esta reflexão, centrada numa tensão e num conflito, senão continuidade, no plano didáctico-pedagógico que nos propomos fundamentar e ilustrar, através de uma resumida comunicação.


 

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