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III Congreso Internacional Historia a Debate Santiago de Compostela

IV Congreso Internacional Historia a Debate
Santiago de Compostela, 15-19 de diciembre de 2010

Dirección


Ponencias aceptadas

Mesa redonda LL. Bolonia y enseñanza de la historia

Autor

José Amado Mendes (Universidade de Coimbra, Universidade Autónoma de Lisboa, Portugal)

Título

Qual o papel do professor, numa pedagogia centrada no aluno?

Texto breve

Até à década de 1960, a metodologia do ensino mobilizava fundamentalmente o professor, que "transmitia conhecimentos", competindo ao aluno assimilá-los, de forma mais ou menos passiva e, quando necessário, repeti-los quase "ipsis vebis" (como por vezes se exigia, em provas de avaliação). Entretanto, a chamada escola activa e participativa começou a valorizar a participação do aluno no processo de ensino-aprendizagem ? e não apenas de ensino ?, como defendiam Carl Rogers, Jerome Bruner ou Jean Piaget, realçando a importância do "aprender fazendo" e do envolvimento mais directo e sistemático do estudante, no dito processo.

Este movimento começou por se repercutir sobretudo nos ensinos básico e secundário e nos países anglo-saxónicos, tendo-se depois difundido por vários outros. Todavia, no continente Europeu a Universidade, salvo raras excepções, foi-se mantendo quase imune às novas correntes, permanecendo fiel ao modelo tradicional do professor transmissor e fonte primordial ? e, para muitos, quase única ? do saber. Entretanto, com o Processo de Bolonha, a questão salta para a ordem do dia e da discussão, mesmo entre os mais tradicionalistas, ao eleger-se, como uma das suas estratégias de inovação, a prática de uma pedagogia centrada no estudante, e não no docente. Como notou Boutinet (2003), «esta tendência leva a passar-se do ensino como guia da aprendizagem, a uma valorização do processo de aprendizagem, como guia do ensino».

Como a escola se massificou e as fontes de informação se multiplicaram exponencialmnente ? graças ás novas tecnologias, com destaque para a Internet ?, a metodologia assente no modelo transmissor-receptor começou a ser posta em causa e a não motivar os estudantes. Como ensina a psicologia, um maior envolvimento do próprio no processo formativo, regra geral, é mais eficiente e motivador e conduz a melhores resultados. Entretanto, poder-se-ia perguntar segundo esta nova tendência, o professor ainda continuará a ser necessário? A resposta é afirmativa, mas desde que aquele se adapte às novas circunstâncias e assuma uma função diferente daquela a

que estava habituado. Com efeito, ele deixou de ser fundamentalmente o "expert", o guru-autoridade, para ser facilitador e co-aprendiz. Obviamente que tem que ser procurado um equilíbrio, entre conteúdos e competências. De qualquer modo, o professor, como recorda Alan Booth, continua a desempenhar um papel indispensável, entre outras, nas seguintes funções

· organização e gestão do curriculum;

· como guia na localização da informação;

· moldando ? ou ajudando a consolidar ? o pensamento histórico e a consciência histórica (contribuindo par formar cidadãos interventivos, críticos e tolerantes);

· respondendo, de forma flexível, às necessidades dos alunos, no processo formativo em que docentes e discentes estão empenhados.

Obviamente que estas e outras funções, a desempenhar pelos professores, são mais complexas e abrangentes do que as clássicas ? preocupação em transmitir conteúdos de uma disciplina, sem se cuidar das necessidades do público-alvo e da sua motivação ? mas, simultaneamente, são mais adequadas à nova realidade. Os alunos, que hoje frequentam as disciplinas de história, podem vir a desempenhar múltiplas funções na sociedade, já que a maior parte deles, ao invés do que sucedia no passado recente, não desejará (ou não terá oportunidade de) ser professor ou investigador a tempo inteiro. Todavia, independentemente do ramo profissional a que venham a dedicar-se ? na actividade política ou empresarial, em museus ou bibliotecas, no turismo ou em fundações/associações ?, uma sólida formação em história, contemplando conhecimento e competências na comunicação, na investigação e na sua aplicação, a casos concretos, constituirá uma mais-valia para o respectivo curriculum vitae.

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