IV Congreso Internacional
Historia a Debate
Santiago de Compostela, 15-19 de diciembre de
2010
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Mesa K. Historiadores y memoria hist�rica Autor Fernando Dumas (Funda��o Oswaldo Cruz, Brasil) T�tulo Mem�rias hegem�nicas e contra-hegem�nicas Texto breve Partimos, nesta reflex�o, da no��o de "mem�ria coletiva", compreendendo-a por um lado como a mem�ria do indiv�duo que recebe e processa as informa��es, e transmite o resultado mediado pela experi�ncia real, concreta; por outro, estas mem�rias individuais est�o referenciadas em um contexto delimitado por rela��es de poder que se expressam atrav�s das viv�ncias compartilhadas por todo o grupo, pass�veis de ser historicizadas no bin�mio tempo/espa�o. Trabalhamos, ent�o, no contexto de produ��o de hegemonia, compreendida como um processo hist�rico pelo qual uma classe social imp�e limites externos �s a��es individuais e pol�ticas, influindo sobre as pr�ticas cotidianas. Por�m, a hegemonia n�o se concretiza na imposi��o; ao contr�rio, ela se estabelece a partir das experi�ncias de enfrentamento concreto dos limites e seu exerc�cio � permeado de tens�es, de lutas, de constantes negocia��es. E aqui ganha �nfase a condi��o contra-hegem�nica das mem�rias individuais que se submeteram � mem�ria coletiva, mas permanecem vivas no cotidiano do grupo social.Esta reflex�o teve origem em um longo trabalho de pesquisa que permitiu a observa��o das nuances deste movimento, ao adotarmos a postura de construir uma "hist�ria vinda de baixo", onde dependemos, fundamentalmente, da produ��o de hist�rias de vida das classes populares. Nesta pesquisa a mem�ria � observada n�o apenas como um �lugar� onde voc� recorda a hist�ria, mas como uma significa��o da pr�pria hist�ria, porque considero a mem�ria como um dos pilares das identidades sociais e coletivas. Assim, procuramos valorizar a informa��o qualitativa procedente da documenta��o, principalmente no sentido de questionar as hip�teses historiogr�ficas anteriormente desenvolvidas, a partir da exist�ncia real das pessoas envolvidas no processo hist�rico estudado e de sua experi�ncia vivida, constituindo as provas emp�ricas das evid�ncias relacionadas, necess�rias � constru��o dos conceitos cr�ticos empregados. Nesse sentido, a op��o de trabalhar com hist�rias pessoais, mostrou-se capaz de despertar ind�cios, vest�gios, marcas, as evid�ncias hist�ricas de uma sociedade aparentemente esquecida. Trata-se de hist�rias pr�prias a cada um, mas, ao mesmo tempo, coletiva, no sentido de que sua constru��o se d� tanto ao n�vel da experi�ncia pessoal estrita, como pela repercuss�o coletiva e social destas viv�ncias. As hist�rias de vida revelam as particularidades pessoais, locais, muitas vezes descont�nuas, que distinguem o transcurso da hist�ria de um indiv�duo para o outro, de uma comunidade para outra. Os eixos temporais aparecem de forma bastante delineada, permitindo a defini��o de tempos pr�prios �quelas comunidades, os quais, lastreados ao processo hist�rico geral, apontam para determinadas conjunturas, em processos, ao mesmo tempo, particulares e sociais. Em nosso estudo, verificamos que a hegemonia se materializava de forma substancial na mem�ria coletiva constru�da na regi�o, a qual aparecia, nas narrativas das pessoas apontadas como guardi�es das mem�rias do grupo, funcionando como condutora dos processos vivenciados. Entretanto, as rupturas e as lutas contra-hegem�nicas t�m lugar n |
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